CARLOS ASA
( Brasil – São Paulo )
Natural de Taubaté, São Paulo, formado em Magistério.
Ator, diretor, autor e coordenador de grupo teatral.
Participou de várias antologias de contos.
Autor do livro "A Pequena Florista"; "Vampiros" e "Alma Gótica", plataforma Warrpad; PI, no site da Amazon.
VIDA E POESIA. Organização Rô Mierling. Torres, Rio Grande do Sul: Editora Illuminare, 2017 41 p. Inclui os poetas: Alberto Lacerda, Camila Fernandes, Carlos Asa, Daniel Mark, Fernando Callado, Koguen Gouveia, Leandra Suzan, Lisa Halloway, Rudson Xaulin, Uelida Dantas, Ziney Santos.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Pena Banal
Pena banal de uma grande cidade
O corpo em andrajos... Abandonado
Transeuntes indiferentes... Apressados
Sombra sem face... Sem identidade.
Enquanto os passantes se vão
Permanece, ao lado, a amizade
Dois míseros cães de rua
Demonstram sua lealdade.
Ah, que lição posso tirar?
Que erudição há a perceber?
Talvez o fato de ser raro
A companhia no sofrer.
O que podem ofertar os animais,
Nem mesmo acudir o desgraçado
Mas quando a miséria é tanta
Há de se sentir menos abandonado.
Quantos conhecidos nos darão,
Quando vier a tempestade ao dia,
Ao menos um olhar de sinceridade
Ao menos sua fiel companhia?
Mas aqueles que se quedam à fatalidade
Desejam alguém ao lado pelo caminho
Pretendem que o auxílio, muitas vezes
Esteja na sincera companhia... No carinho.
Cena banal de uma grande cidade
Onde já não se vê solidariedade
Até quando o bisar da indiferença
A ausência da humana fraternidade?
E incapazes de socorrer o deserdado
Os cães lhe concedem tranquilidade
Sabe que enquanto dorme ao relento
Tem, por companhia, a lealdade.
E na sublimidade do ocaso urbano
Perde-se o dom do auxílio essencial
Morre a humanização dos esquecidos
Na frieza de uma cotidiana cena banal.
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Página publicada em novembro de 2022
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